Entrevista OJOGO...


..a Pedro Emanuel.

Aqui fica uma parte da entrevista a Pedro Emanuel, do jornal OJogo.

«P | Como devemos entender o contrato que o FC Porto lhe renovou depois da lesão: um prémio pelos serviços prestados ou um adiantamento pelos que ainda há-de prestar?
R | Vejo mais no sentido da confiança por aquilo que ainda posso fazer. O meu trajecto aqui granjeou-me esta simpatia por parte dos dirigentes, mas penso que é uma aposta pelo que ainda poderei contribuir para que o clube cresça, como tem acontecido nos últimos anos.

P | Não receou que uma lesão desta gravidade acabasse prematuramente com a sua carreira?
R | Não vou dizer o contrário. Com 31 anos, felizmente, nunca tinha sofrido uma lesão desta natureza. Aconteceu agora e fez-me pensar em tudo. Tenho convicções fortes, acredito no que faço e acredito no que podem fazer por mim. A confiança que a equipa médica e a direcção me transmitiram nesse momento particular e a renovação do contrato permitiram-me ver as coisas na perspectiva de que gosto, ou seja, com optimismo. Deu-me força e vontade de continuar a dar o que tenho para que o clube possa usufruir dos meus serviços.

P | Possui dados objectivos de que vai recuperar totalmente?
R | É um pouco subjectivo porque a natureza das lesões é muito específica e cada caso é um caso. Só o futuro o poderá dizer. Neste momento, sinto que estou perfeitamente recuperado do tendão. Agora falta que o organismo dê o OK para que possa trabalhar no campo e voltar a cem por cento.

P | Para além de ter sido a lesão mais grave, foi também a mais estranha pela forma como aconteceu?
R | Sim. Esperamos sempre que seja algo traumatizante ou uma entrada violenta. Mas também é normal acontecerem quando estamos sozinhos. Se calhar, foi da forma que menos esperava. Aliás, pensei que não fosse um problema tão grave até que os médicos confirmaram.

P | Que conclusões tira um capitão de equipa que não é da casa dos constantes lamentos pela ausência de mística e de jogadores formados no FC Porto?
R | Quando vim para o FC Porto identifiquei-me logo com a forma de ser, estar e trabalhar do clube. É fácil assimilar as ideias que se partilham no balneário. Quem chega de novo tem pessoas que nos induzem nesse sentido. Foi o que sucedeu comigo, mesmo não sendo um jovem. Li a entrevista do Hélder Postiga e ele diz uma coisa que é verdade: as vitórias e as conquistas dão-nos essa mística, a vontade e a ambição que fazem com que o grupo seja cada vez mais forte e que cada um de nós saiba o que o colega pensa.

P | Mas falar tanto na mística e nos jogadores da casa pressupõe que, por muito boa que esta equipa possa ser, é fatal que um dia destes lhe venha a faltar empenho ou persistência, não?
R | Não podemos passar ao lado da evolução. Quando se falava de um balneário com mística há quinze anos não se falava do que existe agora. É diferente. Até porque, nessa altura, o FC Porto teria no plantel dez ou mais jogadores habituais titulares que tinham sido formados nas escolas e hoje em dia tem jogadores jovens contratados, que acabam aqui a formação, mas que não estão cá desde a base. Temos um plantel jovem que necessita de apoio para ganhar a maturidade que lhe falta. É para isso que aqui estão jogadores como o Vítor Baía, que todos respeitam, ou como eu. A mística transmite-se naturalmente, sem a obsessão de o fazer desta ou daquela forma.

P | Pode deduzir-se, portanto, que não se sente menos da casa por não estar cá de início?
R | Claro que não. Até pelas vivências, conquistas e a forma como me identifiquei com o clube. Isso leva-me a partilhar a mística. Que, aliás, assimilei rapidamente.»

Podem ler a entrevista completa aqui.

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